Quando tinha nove anos de idade mudou-se para o Rio De Janeiro onde, em 1917, matriculou-se na Escola Nacional De Belas Artes-(Enba).
Em 1921 faz sua primeira viagem à Paris, onde estudou na Academia Julian por um ano - período em que aparecem as influências expressionistas, já com o traço pessoal dramático que iria marcar a sua obra.
De volta ao Rio De Janeiro, no ano seguinte, trabalhou como desenhista na seção de Arquitetura e Topografia da Diretoria do Patrimônio Nacional, orgão ligado ao Ministério da Fazenda. Lá conheceu o poeta Murilo Mendes (1901 - 1975), que se tornou um grande amigo e incentivador de sua obra.
Em 1922 casou-se com a poeta Adalgisa Nery (1905 - 1980), sua eterna musa que o inspirou com a constante presença do nariz aquilino em suas pinturas.
Ismael Nery aplicou em suas obras os princípios do Essencialismo, sistema filosófico que ele mesmo criou, que diz respeito às conceções do artista sobre a abstração do tempo e do espaço. A obra de Ismael Nery, neste período, aponta influências cubistas fruto de seu primeiro contato com a escola de Paris. Sintoniza-se com o Surrealismo de André Breton e de Pablo Picasso.
Em sua segunda viagem à Paris, em 1927, conheceu Marc Chagall (1887 - 1985), o que acentua a presença do surrealismo em sua obra, e o transforma no pioneiro desta corrente no Brasil.
O retorno ao Brasil marcou a fase surrealista de sua obra, a princípio por influêcia de Chagall e em 1930, contraiu tuberculose. Enfermo, seus trabalhos passaram a revelar seu drama pessoal e a fragilidade do corpo. Faleceu aos 33 anos.
Em 1948, uma série de artigos de Murilo Mendes publicados nos jornais O Estado de S.P e Letras e Artes buscou resgatar a obra plástica, literária e filosófica do artista. Esquecido, Ismael Nery, passou a ser valorizado em meados dos anos 1960 com exposições realizadas em São Paulo e no Rio De Janeiro.
Ismael Nery Mulher Olhando Para Lua
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